Tenho observado que meu filho está criando expectativas irreais sobre a convivência com o pai, algo que ele nunca foi capaz de manter. Como posso agir para ajudá-lo a entender a realidade sem parecer que estou influenciando contra o pai? Existe um caminho legal para lidar com essa situação?
Janine Andrade, Araruama.
Segundo Renata Bento, psicanalista e perita em Vara de Família, é essencial estabelecer conversas abertas e empáticas, nas quais a criança possa expressar suas expectativas e frustrações, sendo ouvida com atenção e sem julgamentos. Validar os sentimentos do filho é o primeiro o para ajudá-lo a lidar com as ausências e os desencontros afetivos.
Renata destaca ainda a importância de conduzir a criança à compreensão de que, embora tenha expectativas em relação ao pai, as coisas nem sempre acontecem como ela imagina. Esse processo pode (e deve) ser feito de forma cuidadosa, sem críticas ou ataques ao outro genitor. Compreender que tipo de expectativa ou fantasia está em jogo ajuda a acolher melhor a dor da criança — muitas vezes, a negação da realidade é uma defesa psíquica diante da angústia.
O equilíbrio emocional da casa é fundamental, sem hostilidade ou clima de disputa. Quando necessário, o apoio profissional pode ajudar a criança a lidar com essas situações de forma mais saudável. Em casos extremos, em que a ausência e o descaso do pai geram prejuízos concretos ao bem-estar da criança, a revisão da guarda ou a regulamentação da convivência podem ser consideradas — sempre com cautela e com o foco no melhor interesse da criança.
Lidar com frustrações faz parte do crescimento, mas nenhuma criança deve enfrentar sozinha o silêncio de quem deveria estar presente, salienta o advogado Átila Nunes do serviço www.reclamar adianta com br. O atendimento é gratuito pelo e-mail jurí[email protected] ou pelo WhatsApp (21) 993289328.
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