A falsa cura do sal com água: nova trend das redes traz riscos à saúde
Inúmeros vídeos circulam com usuários oferecendo "receitas milagrosas"
Segundo a crença popular, o sal ? preferencialmente marinho ou rosa ? traria minerais que potencializariam a absorção da água e trariam mais energia ao corpo - Reprodução
Segundo a crença popular, o sal ? preferencialmente marinho ou rosa ? traria minerais que potencializariam a absorção da água e trariam mais energia ao corpoReprodução
Olha, gente... Nos últimos meses, tenho observado o crescimento de mais uma “receita milagrosa” nas redes sociais: a sugestão de beber água com uma pitada de sal em jejum para promover uma hidratação profunda, regular eletrólitos e até "acordar" o corpo. A prática se espalhou entre influenciadores do bem-estar e fitness, mas levanta alertas importantes entre especialistas.
Conversei com o farmacêutico naturopata Jamar Tejada a respeito desta nova trend que tomou conta da internet. De acordo com o profissional, a receita mistura meias verdades com riscos reais à saúde: “é verdade que o sódio é um mineral essencial e que a água é indispensável à vida. Mas isso não significa que misturar os dois de forma aleatória, sem necessidade clínica e sem orientação, vai trazer benefícios. Ao contrário: pode sobrecarregar os rins, desregular a pressão e atrapalhar o equilíbrio natural do organismo”.
O mito da “hidratação profunda”
Segundo a crença popular, o sal, preferencialmente marinho ou rosa, traria minerais que potencializariam a absorção da água e trariam mais energia ao corpo. Mas a ciência não confirma isso, como enfatiza Tejada: “o corpo saudável já faz esse trabalho muito bem sozinho. Temos mecanismos sofisticados de equilíbrio hidroeletrolítico, mediados pelos rins e hormônios como a aldosterona. Beber água com sal sem real necessidade é um desserviço, ainda mais em jejum, quando o organismo está mais sensível”.
Os riscos por trás da moda:
- Piora da pressão arterial, especialmente em pessoas predispostas à hipertensão; - Sobrecarga renal, com risco aumentado para quem já tem insuficiência leve ou alterações discretas; - Confusão nos sinais de sede x retenção hídrica, o que pode gerar inchaço e desconfortos; - Falsa sensação de bem-estar, levando a hábitos não sustentáveis.
Jamar Tejada reforça que hidratar-se bem depende de hábitos constantes, e não de fórmulas mágicas. “Prefira incluir alimentos ricos em potássio, magnésio e antioxidantes na rotina, como frutas, vegetais frescos, sementes e boas fontes de água — seja filtrada, mineral ou aromatizada naturalmente com limão ou ervas.”
Diante deste cenário, mais do que nunca se faz necessária consulta aos profissionais de saúde. Muitos métodos que prometem verdadeiros milagres para o corpo não am de mentiras ou riscos à saúde.
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