São Paulo - O Teatro de Contêiner, da Companhia Mungunzá, recebeu uma ordem de despejo da Prefeitura Municipal de São Paulo, datada do dia 26 de maio. O documento só foi entregue na última quarta-feira (28).
A ordem de despejo concede 15 dias para que a Companhia desocupe o imóvel por completo. Procurada pelo Estadão, a Prefeitura ainda não me manifestou. O espaço segue aberto.
O Teatro de Contêiner fica na Rua dos Gusmões, 43, no Centro, perto do Parque da Luz, da Estação da Luz e da Pinacoteca do Estado.
Por que o Teatro do Contêiner vai ser despejado?
O Estadão obteve o à notificação judicial que ordena o despejo do teatro, sob a justificativa da construção de um conjunto habitacional no local.
Lê-se, no documento, a explicação da ordem: "A Prefeitura de São Paulo entende que a área onde está situada atualmente o Teatro de Contêiner é um ponto estratégico para que seja Instrumentalizado um novo programa habitacional municipal".
O que vai acontecer com o teatro?
O documento também informa que a Prefeitura fornecerá "imóveis como alternativa para que o Teatro de Contêiner se restabeleça". Ele é assinado pelo subprefeito da Sé, o Coronel Marcello Vieira Salles.
Liderança se nega a sair
A ordem foi levado para uma das lideranças do projeto, o ator Marcos Felipe. Em vídeo compartilhado nas redes sociais do próprio teatro, o artista aparece dizendo que não irá nenhum documento de despejo.
Marcos também aproveitou a gravação para reforçar que iniciou o projeto em 2016 e que o local, na época, não era utilizado para nenhum fim. Na legenda da publicação estava escrito: "São Paulo, a cidade que mais destrói teatro no sul global".
No comentários, diversos artistas saíram em defesa da manutenção do palco. O cantor Chico César lamentou: "A cidade se entregou aos reaças. O estado também. Dá nisso". O ator Matheus Solano, por sua vez, escreveu "Contem comigo".
Os atores Matheus Nachtergaele e Isabel Teixeira compartilharam um post sobre o tema com duras críticas à istração municipal. O comunicado cita que a presenta do teatro transformou "uma área marginalizada".
"A Companhia Mungunzá construiu o Teatro de Contêiner em 2016, em meio ao concreto na região da Cracolândia, e transformou uma área marginalizada e abandonada pela prefeitura em um centro de potência artística, formação cultural e direitos humanos. A ordem de despejo é uma violência institucional".
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